sexta-feira, 13 de julho de 2018

História do cinema - Parte 2

Com a especialização na produção de filmes, as convenções de linguagem foram se especializando cada vez mais. Antes, os filmes mudos só conseguiam dizer: acontece isto, acontece aquilo, etc., passando para enquanto isso e elaborando mais uma estrutura narrativa. 

A indústria cinematográfica começou a ganhar mais respeito e credibilidade, sendo dirigido para um público cada vez maior em teatros luxuosos e caros. 

O filme O Nascimento de uma nação, de 1915, foi considerado um dos filmes mais populares da época do cinema mudo, pois causou polêmica por ser uma glorificação da escravatura, segregação racial e promoção do aparecimento da Ku Klux Klan. 

Na segunda década do Século XX, o continente europeu tinha o cinema mais popular e poderoso do mundo. Na Alemanha surgiu o expressionismo alemão, um dos movimentos de arte mais importantes da época, com destaque para os filmes: O Gabinete do Doutor Caligari (1920), Nosferatu (1922), Phantom (1922) e Metrópolis (1927). 

O Gabinete do Doutor Caligari apresentava um enredo de loucura e morte vivida por personagens desligados da realidade e com cenários sombrios e bizarros criados no cinema, provocando discussões sobre as possibilidades artísticas e expressivas.

Figura 1 – Cena de O Gabinete do Doutor Caligari.

Phantom, de Friedrich Wilhelm Murnau, teve roteiro baseado na obra literária homônima de Gerhart Hauptmann que foi premiada com o Prêmio Nobel de Literatura em 1912. A história é narrada em flashback, quando Lorenz Lubota recebe da esposa Marie um livro onde escrever os acontecimentos que o atormentam. É uma obra cinematográfica sobre homens, sua memória e suas obsessões.

Figura 2 – Cartaz de Phantom.

Nosferatu, de Friedrich Wilhelm Murnau, conta a história de um agente imobiliário que viaja até os Montes Cárpatos para vender um castelo no Mar Báltico cujo proprietário é o excêntrico conde Graf Orlock, que na verdade é um milenar vampiro que, buscando poder, se muda para Bremen, Alemanha, espalhando o terror na região. Curiosamente quem pode reverter esta situação é Ellen, a esposa de Hutter, pois Orlock está atraído por ela. Foi baseado na história de Drácula, de Bram Stoker (1897). O diretor não conseguiu os direitos autorais com a viúva de Stoker e acabou produzindo uma versão independente, cuja narrativa preserva o enredo original de Stoker.

Figura 3 – Cena de Nosferatu.

Em Metrópolis, criado pelo austríaco Fritz Lang, apresenta-se uma distopia futurista dividida em duas classes distintas e separadas, os pensadores e os trabalhadores. O roteiro foi baseado na obra literária homônima de Thea von Harbou, sendo escrito por ela em parceria com Lang.

Figura 4 – Cartaz de Metrópolis.

Na Espanha surgiu o cinema surrealista, com destaque para Um Cão Andaluz (1928) e A Idade do Ouro (1930). 

Figura 5 – Cena de Um Cão Andaluz.

Na Rússia (na época União Soviética) surgiu uma nova técnica de montagem chamada de montagem intelectual ou dialéctica, criada pelo cineasta Serguei Eisenstein, e com destaque o filme O Encouraçado Potemkin (1925). Outros filmes russos de destaque na época foram Aelita e Terra. 

No filme O Encouraçado Potemkin é apresentado uma versão dramatizada de uma rebelião ocorrida em 1905, onde os tripulantes do navio de guerra Potemkin se rebelaram contra a tirania de seus comandantes e assumem o controle da embarcação.

Figura 6 – Cena de O Encouraçado Potemkin.

Na Dinamarca surgiu Carl Theodor Dreyer, que criou o filme Le Passion de Jeanne D'arc (1928), sendo considerado por alguns como um dos melhores filmes de todos os tempos. Influenciou bastante o cinema escandinavo.

Figura 7 – Cena de Le Passion de Jeanne D'arc.

A maioria dos filmes mudos se perderam ao longo do tempo, por falta de cuidado e/ou de boa conservação ou derretida a fim de recuperarem o nitrato de prata, um componente caro.


Fontes: 
http://queconceito.com.br/filme
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cinema
História do Cinema Mundial. Mascarello, F. (org.). Campinas/SP. Papirus. 2006
O que é cinema. Bernardet, J.C. São Paulo/SP. Brasiliense. 1980.
Cinema para todos. Coleção Cinema para todos. Apostila de videointeratividade – Vol. II. Rio de Janeiro/RJ. Secretaria de Cultura – RJ. 2013.